HERMETO PASCOAL

“Eu não me inspiro só em música para fazer música…tudo é som” disse Hermeto Pascoal.

Conta a sua biografia que, em criança, escolhia os sons para brincar. Fascinado pela natureza, construía o seu mundo sonoro que mais tarde viria a trocar pelos instrumentos: primeiro o acordeão e depois o piano e os instrumentos de sopro. Porém a estes nunca deixou de acrescentar uma série de instrumentos não convencionais que vão desde bules, chapas de metal, instrumentos infantis, entre outros, com os quais constrói sonoridades próprias e variadas. Por tal, ganhou a alcunha de “feiticeiro da musica”. A sonoridade de Pascoal é na realidade magia. Como o próprio diz “o músico é meio mágico, só que sem truques”.

Compositor por excelência, usa a arte do improviso de forma rara, o que o levou a correr palcos e festivais, inspirar músicos dos mais variados cantos do mundo e a ganhar uma série de distinções que vão do Grammy Latino a Doutor Honoris Causa.

Passou por vários grupos, mas tem como marca primeira a magia da criatividade que ao fundir-se com a sua capacidade de improvisação musical, torna-o certamente num génio universal da música, que Miles Davis considerou "o músico mais impressionante do mundo". Defende a liberdade e afirma ter uma só religião: a música.